quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Exposição Pinturas Recentes - Galeria Geraldo Queiroz e Sala Experimentações Visuais - CASA CULTURA - Uberlândia /MG




Pinturas Recentes reúne trabalhos desenvolvidos por alunos da graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Uberlândia e Casa de Ideias. Nesses trabalhos, em processo experimental, a pintura é investigada tanto a partir de técnicas tradicionais quanto por sua relação intrínseca com a matéria, expressa nos processos de oxidação e corrosão de chapas metálicas.
Os trabalhos de Rosemário Souza sugerem uma paisagem urbana pensada e construída como ruína. Nas chapas de aço, carcomidas por sucessivos banhos de ácido, surgem traços, vestígios arquitetônicos, sinais do eterno processo de construção e destruição que caracteriza o cotidiano das cidades.
Brayn Arantes investiga o processo pictórico em sua sutil relação com o tempo. Cada uma de suas chapas de metal são expostas a diferentes ácidos, por um período variado de tempo. Nesse processo, o acaso imprime na matéria as marcas de uma duração e nos dá a ver uma temporalidade expressa em pátinas, em oxidações e na própria degradação da matéria.
Se a materialidade constitui o cerne do trabalho desses dois artistas, o que aproxima Gabriela Dionísio, Vania Armada e Cleiton Ferreira é o interesse pela figura humana. Para eles, o corpo é pensado a partir de sua inquietante ambiguidade, como retratos afetivos ou ainda como um possível registro antropológico.
Resiliência e resignação, disciplina e indocilidade. Pistas sutis nos indicam a tensão que atravessa cada uma das figuras que Gabriela nos apresenta. Nesse conjunto de imagens, o corpo ora confunde seus limites com o substrato, ora ele embaralha as fronteiras entre os gêneros e aproxima morte e erotismo. São imagens que nos põem à deriva, longe de qualquer certeza.
            Os retratos de Cleiton Ferreira são marcados pela informalidade, pela espontaneidade do traço e pela economia de meios. Cores vibrantes recortam os corpos da existência cotidiana para inseri-los na virtualidade da imagem.
            Pintar o corpo, pintar sobre o corpo, pintar o corpo pintado. Gesto dobrado sobre o qual se debruça o trabalho de Vania Armada. A iconografia utilizada por tribos indígenas redesenha os limites do corpo pintado, do corpo feito de terra, do corpo imagem.


Curadoria: Aninha Duarte e Rodrigo Freitas

           

Nenhum comentário:

Postar um comentário