Abertura: 22 de maio de 2014 - 20h às 22h
Período: de 23 de maio a 11 de julho de 2014
Visitação: 2ª a 6ª feira - 12h às 18h
Local: Galeria de Arte Geraldo Queiroz, Casa da Cultura
Praça Coronel Carneiro, 89, Fundinho, Uberlândia-MG
O retrato é uma arte antiga que, embora variando em
seus enfoques, objetivos e ênfase, há mais de dois mil anos permanece
importante para a vida do homem. Na história da pintura, grandes artistas
dedicaram-se a desenvolver o gênero – entre eles Jan van Eyck e Hans Holbein, Leonardo
da Vinci e Ticiano, El Greco e Velázquez, Frans Hals e Rembrandt. A esse gênero,
aliás, pertence a pintura mais célebre de todas. Porém no século XX, com a
vulgarização da fotografia, pareceu ter a pintura retratista perdido sua razão
de ser. Procurando ressaltar a diferença específica da pintura, muitos artistas
elevaram cada vez mais o seu grau de abstração, o que, no caso do retrato,
acabou por afastá-lo de sua essência, uma vez que ele exige um nível mínimo de
semelhança com o objeto retratado, de maneira que não existe retrato sem a
representação figurativa.
Óleo sobre tela, 60 x 50 cm
©2005-2007, Wilson Filho
Se por um lado é inegável que a pintura perdeu para
a fotografia muitas de suas funções, as preocupações sobre sua possível
extinção, todavia, nunca me pareceram justificadas. Embora tenha perdido a
utilidade em certos aspectos, artisticamente a pintura retratista continua
tendo sua razão de existir, na medida em que ela nos oferece uma experiência
própria: olhar um retrato pintado por um artista é uma experiência distinta de olhar
uma fotografia e, igualmente, a experiência proporcionada pela atividade do
pintor não encontra equivalente naquela do fotógrafo. Como escreveu Otto Maria
Carpeaux, o objeto real, passando pela sensibilidade do artista, transforma-se
em símbolo e passa a pertencer “a outra ordem de valores.” Acontece que esse
ato de transformação simbólica, nos processos da pintura e da fotografia, não é
o mesmo. A pintura retratista estaria em perigo de extinção somente se
perdêssemos a capacidade de perceber essas diferenças. Mas, de modo geral,
parece não haver mais esse risco, uma vez que são muitos hoje em dia que se
dedicam a ela – entre os quais eu me incluo.
Esta exposição traz ao público um resumo de minha
produção de retratos no período de 2006 a 2014. A mostra reúne representações
que fiz de mim mesmo e de pessoas que me são próximas. Ou seja: é a minha
retratística familiar.
Wilson
Filho, abril de 2014.
Óleo sobre mdf, 23,3 x 12,3 cm
©2007, Wilson Filho
Óleo sobre mdf, 23,3 x 12,3 cm
©2012, Wilson Filho
Óleo sobre eucatex, 47 x 35 cm
©2011, Wilson Filho
Óleo sobre tela, 60 x 70 cm
©2013, Wilson Filho
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